Você já parou para pensar porque alguém jogaria algo que está bom fora? Então, este é o caso do pneu meia vida que é comercializado nas borracharias e sites de vendas em todo o Brasil. E quem compra, o faz por um único motivo: preço. Ele pode custar até cinco vezes menos do que um modelo novo, com as mesmas dimensões e especificações, mas será que sua durabilidade compensa?
De acordo com o piloto de testes de pneus, César Urnhani, o pneu meia vida não deveria ser descartado, já que ainda poderia rodar mais alguns mil quilômetros. “Se abriram mão dele, geralmente é porque traz algum problema sério de ruído, de aderência ou um dano considerável na estrutura, como bolhas nas laterais”, afirma o especialista.
A única exceção é quando o dono do carro faz um upgrade substituindo as rodas aro 15 por 16, por exemplo, explica César Urnhani. “Aí ele está abrindo mão de pneus, às vezes, até seminovos e quem compra não está correndo aparentemente nenhum risco”, conta. “São casos bem mais raros, mas existem e precisam ser levados em consideração”.
Dicas de uso de pneus meia vida
Para se proteger, o piloto de teste dá algumas dicas. “Observe se o encontra o TWI, o indicador de desgaste do pneu. Depois, olhe por dentro para ver se não encontra nenhum reparo maior, principalmente nas laterais e por último, cheque o DOT, que é a data de fabricação do pneus”. Segundo o especialista, o número 20/17, por exemplo, indica que o pneu foi produzido na vigésima semana do ano 2017. “Se a produção for igual ou inferior há 4 anos, ele pode ser uma boa compra”.
Mas o piloto alerta para outras “pegadinhas”. Pneu riscado, recauchutado e remold são vendidos também como alternativas aos pneus novos e em alguns casos oferecem mais risco ainda à segurança do que os chamados meia vida. Entenda a diferença entre eles:
Pneu riscado
Segundo o especialista, os pneus riscados são pneus que chegaram no seu limite de uso e são “redesenhados” com uma lâmina quente, que segue as linhas dos pneus e vai arrancando material para dar profundidade de novo. Ele chega praticamente na área de cola da estrutura com a banda de rodagem, uma região que não tem mais massa e, portanto, não tem aderência.
“Quem olha para um pneu riscado, tem a sensação de se tratar de um pneu meia vida. Trata-se na verdade de um pneu meia morte. A forma de identificar é não encontrar o TWI”, afirma César Urnhani.
Pneu recauchutado
O pneu recauchutado é um tipo de pneu que preserva as características originais, as informações nas laterais, mas tem a banda de rodagem raspada e substituída por outra. Esse é aceito no mercado, mas com algumas ressalvas.
Em caminhões, por exemplo, o pneu recauchutado não pode ser usado no eixo dianteiro, que é o eixo de direção, justamente por não oferecer as características originais que foram testadas e garante a segurança do caminhoneiro e do trânsito à volta.
Pneu remold
Toda a lateral e banda de rodagem são refeitas, uma espécie de cobertura em cima da estrutura. O aspecto visual é o mais bonito de todos, porém é o mais perigoso. Isso porque quem compra não sabe qual é a carcaça e aí que mora o perigo.
Os pneus nascem junto com o projeto do veículo, são feitos para suportarem determinado peso, velocidade máxima e tensões. E cada fabricante tem a sua tecnologia. É patenteada. Por isso, a orientação na troca é seguir exatamente as mesmas medidas e dimensões originais, inclusive a marca.
Imagine o que pode acontecer em um caso como esse? Um pneu que foi desenhado para uma determinada performance sendo submetido como pneu remold para um veículo que precisaria de outro tipo de pneu. Por isso, o remold é proibido no mercado.
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